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Polícia turca vigia área turística em Istambul depois de atentado na semana passada
Nos últimos dias, os atentados islâmicos promoveram dezenas de mortos, muitos deles, turistas, confirmando nosso livro "VÁ E NÃO ME CHAME - Guia Turístico Politicamente Incorreto": 11 turistas estrangeiros foram assinados na Turquia na terça-feira, 12. Oito mortos em atentado na Indonésia, na quinta-feira, dia 14. Atentado em Burkina Faso, na África Ocidental, matou 27, sendo 18 turistas: 6 deles canadenses, 2 franceses e 1 americano. Na Somália, na sexta-feira, 15, pelo menos 70 soldados do Quênia foram mortos por terroristas do grupo somáli Al-Shabaab, que ainda festejaram a morte dos "soldadãos cristãos do Quênia".
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Confira os textos do nosso "Guia Turístico" que está à venda no amazon.com sobre estes 5 países. Se tivessem lido o livro, definitivamente, não teriam visitado Turquia, Indonésia, Burkina, Somália e Quênia.
TURQUIA
A Turquia é um destino amigável ao turista brasileiro, não sendo exigido
o visto de entrada. Podemos ficar no país, apenas com nosso passaporte válido,
por até 90 dias. Contudo, as brasileiras têm sido vítimas de sequestro ou
exploração sexual por gangues de traficantes de mulheres originárias deste
país. Portanto, o público feminino deve estar atento ao visitar esta nação,
devendo evitar principalmente passeios solitários. A Rede Globo de Televisão
fez uma novela sobre o assunto, “Salve Jorge”, que mostrou um pouco dos
subterrâneos do tráfico de mulheres na Turquia. Outro alerta ao público
feminino é que, embora não se exija um traje padrão, a sociedade turca (lembra
o Itamaraty, o Ministério de Relações Exteriores do Brasil em seu portal consular)
é nitidamente conservadora, então as mulheres devem evitar vestir calças, saias
curtas e blusas decotadas. Um lenço cobrindo os cabelos será bem-visto. Homens
devem evitar bermudas. Público LGBT deve evitar ir a este destino turístico,
pois embora não haja lei específica contra o sexo entre iguais, forças
policiais e a população em geral usam instrumentos legais que falam em
“moralidade pública” para perseguir e discriminar homoafetivos. Com tudo isso, há
deputado gay no Parlamento e parada gay em Istambul, na parte europeia do país
(Trácia), mas sempre recebida com homofobia explícita. Já o público necessitado
de condições especiais de mobilidade, como cegos e cadeirantes, terá imensa
dificuldade, pois só há infraestrutura neste sentido nos grandes aeroportos,
metrô e em outros raríssimos lugares. Público cristão ativista, que onde vai
deseja fazer propaganda de sua fé, esqueça a Turquia,
pois o país se torna, ano após ano, mais intolerante em relação ao
Cristianismo e seus pregadores.
Com 783.562 km², a Turquia é uma grande nação, equivalente à soma de
Minas Gerais e Paraná, e tem uma população de 81 milhões de habitantes ou duas
vezes a população de São Paulo, o estado mais habitado do Brasil. A maioria da
população é de turcos (70%), seguidos pelos curdos (18%) e 12% de outras
etnias. A língua oficial é o Turco, escrito com o alfabeto latino com ligeiras
modificações, o que facilita o seu aprendizado por nós brasileiros. As duas
maiores cidades são Istambul, com 13 milhões de pessoas, e Ankara, a capital,
com 4,2 milhões. Este país é um dos
poucos transcontinentais que existem, como o Cazaquistão. No caso turco, a
região da Trácia está na Europa, onde fica a maior cidade do país, Istambul, a
antiga Constantinopla ou Bizâncio da época dos romanos. Na Europa, faz
fronteira com Bulgária e Grécia. A outra parte é a Anatólia, onde fica a
capital, Ankara, que fica na Ásia e faz fronteira com Geórgia, Armênia,
Azerbaijão, Irã, Iraque e Síria. Separando as duas regiões turcas está o
Estreito de Bósforo, ligação do Mar Negro com o Mar Mediterrâneo.
Há muitas ruínas dos tempos em que os gregos habitavam a orla
mediterrânea deste país. Lembremos que na Turquia é que ficava a célebre Troia.
Também há restos de edificações dos tempos romanos e em Istambul está a
magnífica Igreja de Santa Sofia, transformada em mesquita pelos muçulmanos
quando derrubaram o Império Romano do Oriente e hoje é um museu. Passeios de
balão na Anatólia são famosos, cidades milenares e excelentes balneários são
outras atrações turcas. A infraestrutura do país é boa, quase que no mesmo
padrão dos mais desenvolvidos países da Europa. Atenção especial, no entanto,
às fronteiras com Iraque e Síria, que durante o ano de 2014 viveram ameaçadas
pela organização fundamentalista Estado Islâmico, que sequestra e mata cidadãos
ocidentais, principalmente os cristãos.
Tanto o Itamaraty brasileiro quanto o Departamento de Estado americano
dão claro alerta aos usuários de maconha, cocaína e outras drogas para os
perigos de portarem ou usarem estas substâncias na Turquia, o que já foi tema de
um aterrorizante filme sobre a intolerância turca chamado “Expresso da
Meia-noite”. Um simples cigarro de maconha poderá levar o turista para a cadeia
por 10 anos. E se for um papelote de cocaína, por até 15 anos ou mais. E em se
tratando de flagrante de quantidades maiores das drogas, sugerindo tráfico, as
penas sobem para mais de 20 anos e ainda soma-se a isso multa em dinheiro. O álcool,
contudo, apesar de a Turquia ser um país muçulmano, é tolerado nos hotéis,
restaurantes mais chiques, bares e boates das grandes metrópoles como Istambul
e Ankara. Mas isso não significa que se possa tomar álcool sem limites, em todo
o país e em público: na rua, nem pensar.
Resumo da ópera: a Turquia faz um esforço imenso para se afastar do
“carimbo” de país islâmico intolerante e tem destinos turísticos magníficos. Se
você não faz parte de um dos públicos que podem sofrer constrangimentos, como
enumeramos acima, então vá, pois é uma viagem realmente interessante. Só não viaje
entre novembro e abril, que é o Inverno local, geralmente muito úmido e sujeito
a precipitação de neve severa em muitos locais.
Sites de turismo:
BURKINA FASO
É a antiga colônia francesa do Alto Volta, que
mudou de nome em 1984, adotando o substantivo composto Burkina (“homens
íntegros”) Faso (“terra natal”), em duas línguas locais. Os burquinenses querem
ser conhecidos como “burquinabê”.
O país faz fronteiras com Máli a Nor-Noroeste;
Níger a Nor-Nordeste e ao Sul com Costa do Marfim, Ghana, Togo e Benin. Fica na
África Ocidental. O portal consular do Ministério de Relações Exteriores do
Brasil / Itamaraty (http://www.portalconsular.mre.gov.br/antes-de-viajar-1/alerta-aos-viajantes-1/burkina-faso)
faz alerta especial para a fronteira de Burkina com Máli e Níger, onde o
sequestro de estrangeiros por grupos terroristas internacionais é a maior
ameaça.
Área: 274.200 km² (do tamanho do estado de
Tocantins). População equivalente à soma dos habitantes do Pará e Paraná: 18,5
milhões de várias etnias, principalmente a Mossi, que deu origem ao Reino
Mossi, que durou até 1896, quando os franceses dominaram o país, além das
etnias Gurunsi, Mande, Fulani, entre outras. O Francês é a língua oficial, mas
as línguas étnicas é que são faladas pelo povo: só os grupos dominantes
minoritários falam Francês. Em termos religiosos, os burquinenses são de
maioria muçulmana (60%); cristãos (católicos, 19% e protestantes, 4%) e
religiões ancestrais são 15%.
Não há infraestrutura turística digna de nota,
pois o país é um dos mais pobres do planeta. Estradas e aeroportos são precários
e não é só a buraqueira nas rodovias que afasta o turismo: bandidos ameaçam
todas as rotas terrestres, até mesmo a principal delas, entre a capital
Uagadugu e a cidade de Bobo-Dioulasso.
O público portador de necessidades especiais não
encontrará estrutura de mobilidade digna de nota. O público LGBT vai se debater
com uma sociedade islâmica homofóbica e violenta. E o público feminino topará
com uma sociedade misógina e conservadora em relação às mulheres. É difícil
alguém se sentir à vontade neste país.
Sem nada a oferecer ao turista brasileiro de
atrativo, Burkina Faso é mais um da lista vá e não me chame.
Embaixada
de Burkina Faso em Brasília:
SHIS QL 14, Conjunto 3, Casa 6, Lago Sul
CEP: 71640-035 - Brasília/DF
Tel.: (61) 3366-4636. Fax: (61) 3366-3210
E-mail: amburkinabras@gmail.com
INDONÉSIA
O maior arquipélago do mundo é também a maior nação islâmica. Tem
1.904.569 km² (equivalente à soma do
Amazonas com o Maranhão) e 253 milhões de habitantes (50 milhões a mais que o
Brasil numa área quatro vezes menor) espalhados por 17.508 ilhas no Sudeste da
Ásia. Na verdade, 6.000 são desabitadas. A origem do nome é grega: “Indo” é
referência à Índia e “nesos” significa “ilhas”, portanto, “Ilhas da Índia”,
“Índia Insular” ou ainda “Insulíndia”, que é como o arquipélago foi conhecido
durante muitos anos.
A Indonésia foi colônia da Holanda desde 1602 até o final da Segunda
Guerra Mundial, em 1945. Para os brasileiros que pensam que o nosso Nordeste hoje
seria um país desenvolvido se Maurício de Nassau tivesse vencido os portugueses
por aqui, é bom saber que 340 anos de colonização holandesa na Indonésia não
renderam nada aos ilhéus, só subdesenvolvimento e exploração. Sequer ensinaram
sua língua ao povo, que hoje fala mais de 700 línguas nativas. O Indonésio é a
língua oficial, derivada do Malaio, e é falado por 23 milhões de pessoas desde
o nascimento e por mais 140 milhões como segunda língua. Muitos chamam o idioma
de “Bahasa”, mas “bahasa” significa língua em Indonésio. Os jovens
das grandes cidades, no entanto, para complicar mais a situação, já falam um
Indonésio simplificado chamado “Slang”, que está presente inclusive em jornais,
revistas e até mesmo em programas de rádio e TV. Cada grande ilha tem sua
própria língua corrente, como o Javanês, o Sundanês (não confundir com sudanês),
o Balinês etc.
Enfim, é difícil fazer turismo num lugar assim: ninguém se entende e
ninguém te entenderá.
O país é um verdadeiro santuário para os surfistas, que chegam do mundo
todo. Contudo, há perigos reais e imediatos: como no Brasil, é proibido pescar
com bombas na Indonésia, mas as bombas são usadas largamente e podem ferir ou
matar um surfista; tsunamis aparecem do nada, pois só em 2011, houve 250
terremotos na Indonésia e muitos deles acompanhados de maiores ou menores
tsunamis que colocam em risco a vida dos esportistas.
Povo pobre, infraestrutura deficiente de Saúde (0,6 leito hospitalar por
mil pessoas, isto é, 4 vezes menos que o Brasil), Transporte e Segurança pífios
(na capital Jacarta, 70% dos hidrantes não funcionam). Se você acha que no
Brasil há táxis clandestinos é porque ainda não foi à Indonésia, onde isso é
uma praga. Se tiver que viajar a este país, a trabalho, por exemplo,
certifique-se que o seu hotel providencie traslado seguro para você. Ferries e barcos são largamente utilizados,
mas a superlotação e a falta de manutenção das embarcações dão medo. Dirigir é
impraticável para um brasileiro, mesmo que sejamos acostumados com motocicletas
ziguezagueando entre os carros. Além da mão ser inglesa (volante no lado
direito), o trânsito é perigoso e completamente caótico como se fosse numa
metrópole indiana. É quase impossível não se envolver num acidente com motos se
você estiver dirigindo um carro nas grandes cidades indonésias, pois os
motociclistas, bem pior do que no Brasil, não obedecem a nenhuma lei de trânsito e se contam aos
milhões.
No Estreito de Málaca (entre Indonésia e Malásia) e no Mar da China
Meridional são comuns os ataques de piratas às embarcações de todo tipo, mas
dois locais na Indonésia são especialmente perigosos para o turista ocidental.
O primeiro é a região autônoma de Aceh, onde, em 2004, houve a tsunami que matou quase 200 mil pessoas nesta área e
deixou 500 mil sem casa. Ali, no Norte de Sumatra, começou a catequese
muçulmana no Sudeste Asiático e, como muitas vezes acontece com os discípulos de
Alá, o território é riquíssimo em petróleo e estima-se que tem a maior reserva
de gás natural do planeta. Isto é, pouco mais de 4,5 milhões de pessoas vivendo
em cima de uma das maiores riquezas mundiais. Não à toa, os habitantes têm
tentado ficar independentes do resto da Indonésia, inclusive pegando em armas. Mas só o que
conseguiram foi uma autonomia local, pois os outros 248 milhões de indonésios
jamais abririam mão destas terras. Em Aceh, principalmente as mulheres
ocidentais têm que ter cuidado, pois as leis islâmicas vigoram como se fosse na
Arábia Saudita: elas têm que usar lenços nos cabelos, roupas que tapem o corpo
todo etc. e tal. Os homens heterossexuais podem esquecer intercurso sexual com
as mulheres locais, pois é crime. O público LGBT nem deve pisar na área, pois é
a única região da Indonésia onde homossexualismo é crime. Enfim, esqueçam Aceh.
A outra área fora de questão para o turista brasileiro é a parte
ocidental da Ilha de Nova Guiné (a parte oriental é Papua Nova Guiné), que
pertence aos indonésios, mas que os papuas (povo que vive na região há séculos)
desejam ver independente e têm um exército guerrilheiro extremamente ativo.
Esqueça esta também rica parte do país, pois é amplamente explorada por
mineradoras e vive sob bombardeio da guerrilha.
No mais, álcool é de uso liberado. Coisa curiosa em país islâmico. Mas,
aparentar estar bêbado é altamente repreendido pelas pessoas. Já as drogas
ilícitas (maconha, cocaína, crack ou o que seja) são punidas com detenção nas mais terríveis penitenciárias do mundo. E se a quantidade for pouco
maior do que a de uso pessoal, é pena de morte. Vários ocidentais já foram
condenados à morte pelo Estado indonésio por este motivo (inclusive dois
brasileiros, um surfista e um praticante do voo livre, que foram pegos no
arquipélago com enorme quantidade de cocaína), mas, até recentemente, só um
indiano muito pobre tinha sido fuzilado, porque a Justiça indonésia sempre foi
conhecida por trocar penas por dinheiro. Mas o novo presidente, que assumiu no final
de 2014, se elegeu com a bandeira de fuzilar traficantes.
Então, se o turista tiver gosto por drogas pesadas, esqueça a Indonésia.
Neste sentido, o Portal Consular do Ministério de Relações Exteriores do Brasil
(Itamaraty) é muito honesto e diz textualmente: “ALERTAS AOS VIAJANTES/Política
anti-drogas/O tráfico de drogas é passível de pena de morte na Indonésia. Dessa
forma, convém evitar transportar encomendas, em especial de desconhecidos.” E
sobre as ameaças naturais, o Itamaraty arremata: “Desastres naturais/A
Indonésia está localizada no Círculo de Fogo do Pacífico, região de choque de
placas tectônicas e com fortes atividades vulcânicas. São frequentes os
desastres naturais, como os recentes terremotos e tsunamis que atingiram região
próxima da ilha de Sumatra e a erupção vulcânica na região de Yogjakarta.”
Se você leu até aqui, já decidiu que não irá a este lindo arquipélago,
não é verdade? Ou não?
Site oficial de turismo: http://www.indonesia.travel/
QUÊNIA
O nome ocidental do Quênia foi dado pelo missionário luterano alemão Johann
Rebmann, no século XIX, que ao ver o Monte Kirinyaga, perguntou a um nativo o
nome da montanha e este disse que na língua dele era “Quiiniaa”, que Rebmann
entendeu “Kenya” e assim batizou toda a região. Nos idiomas africanos,
Kirinyaga é tanto “montanha de luz” como “área do avestruz”.
Banhado ao Norte pelo Lago Turkana, no centro-oeste pelo Lago Victoria e
a Sudeste pelo Oceano Índico, o Quênia é a mais importante economia da África
Oriental. Faz fronteiras com Uganda, Sudão do Sul, Etiópia, Somália e Tanzânia.
Tem uma área de 580.367 km² (equivalente ao estado de Minas Gerais) e uma
população de 45 milhões de habitantes (soma das populações de São Paulo e Mato
Grosso). A maior etnia é dos Quicuios (Kikuyus), com 22%; seguida dos Luhya,
14%; Luos, 13%; Kalenjin, 12% e Kambas, 11%. Europeus, asiáticos e árabes
formam uma minoria de somente 1% (somando os três grupos, cerca de 450 mil
pessoas). Em termos religiosos, os cristãos são 82% (maioria protestante e
minoria católica) e os muçulmanos são 11% dos quenianos. As línguas oficiais
são o Swahili e o Inglês, mas no interior se falam mesmo são as línguas
tribais. A expectativa de vida é baixa, cerca de 63 anos, principalmente por
causa da epidemia de AIDS, que assola 6% da população. O povo é muito pobre e a
economia gira em torno do turismo de “safáris fotográficos”, principalmente
dirigido aos britânicos e alemães, sendo que os primeiros colonizaram o Quênia.
Reservas com animais selvagens de grande porte como leões, leopardos, rinocerontes, elefantes, girafas,
hipopótamos, entre outros, além de praias paradisíacas no Oceano Índico atraem
milhares de turistas todos os anos e a infraestrutura dirigida a eles é
considerada boa por todos os agentes de turismo internacionais.
O portal do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) não
disponibilizava, até julho de 2015, nenhum alerta para os brasileiros que
desejam ir ao Quênia, mas o Departamento de Estado dos EUA diz que aquele país
já está na rota do terrorismo internacional há vários anos, principalmente por
causa dos ataques da rede terrorista Al-Shabaab, uma organização de origem
somáli e tida como filial local da Al-Qaeda. Atentados têm sido rotineiros nos
últimos anos. Roubos, sequestros, saidinhas bancárias e as motocicletas com um
ladrão na garupa para surrupiar pertences de turistas são tão comuns no Quênia
quanto no Brasil. É preciso cautela, mesmo na capital, Nairóbi, e na segunda maior
cidade, Mombaça. As áreas de reservas selvagens de Samburu, Leshaba e Masai
Mara, que todo mundo fica excitado quando vê no Discovery Channel, devem ser
visitadas apenas com suporte de agências de viagem poderosas, com contatos
estreitos com as autoridades do país, porque ir no esquema mais barato pode
resultar em tragédias.
O brasileiro, num país como o Quênia, tem uma certa vantagem sobre os
turistas dos EUA e Europa, pois é visto como uma espécie de “parceiro de
viagem” no subdesenvolvimento que acomete nossos países. Públicos LGBT e
necessitado de acesso especial (cadeirantes etc.), não encontrarão um país
amigável. Homoafetividade é crime. Heterossexuais também terão problemas: mesmo
as carícias públicas entre marido e mulher são mal vistas. Consumo de drogas é
severamente punido e consumo de álcool tem horários e locais apropriados, tudo regulado
por leis nem sempre compreensíveis.
Resumo: está muito afim de ver animais selvagens soltos na natureza? Com
todos os riscos, prefira ainda a África do Sul. Se for ao Quênia, não me chame.
Site de turismo: http://www.magicalkenya.com/
SOMÁLIA
Antes de ir à Somália, saiba que este é um ex-país. Desde que os
ditadores da Etiópia e da Líbia se
juntaram para destruir o governo de Mohamed Siad Barre, em 1991, esta nação
deixou de existir. De 1969 a
1977, a
Somália era aliada da então União Soviética (Rússia sob regime comunista), mas
quando Siad Barre invadiu o território de Ogaden, da Etiópia, Moscou resolveu
apoiar os etíopes e Barre procurou abrigo com os Estados Unidos. A partir daí,
os conflitos entre clãs muçulmanos passou a dividir os somális até que, em 1991,
o país entrou em colapso.
São 637.657 km² (soma de Minas Gerais, Rio de Janeiro e
Alagoas) e estimados 10 milhões de habitantes (população semelhante à do
Paraná), mas divididos entre quatro “estados” que se dizem “independentes”:
Somalilândia, a ex-colônia britânica de Somaliland, no extremo Norte. Puntland,
exatamente no “Chifre da África”, no Nordeste somáli. Galmudug, na Somália
central. E Somália propriamente dita, as terras ao Sul de Galmudug. Assim
mesmo, dentro destas quatro unidades separatistas, existem “senhores da guerra”
que controlam pequenos territórios em que só eles mandam. Não há o quê fazer na
Somália, a não ser que você seja um pirata e resolva abordar navios que passam
pelo Chifre da África.
Boa sorte: vá e não me chame!
Site de turismo de Somaliland (Norte da antiga
Somália): http://www.somalilandtour.com/